7 de out. de 2009

Eu, Você e Todos Nós

Me and Yoy Everyone We Know, EUA, 2005


Com domínio e expressividade, a diretora, Miranda July - também artista plástica e videomaker - faz de "Eu, Você e Todos Nós" um verdadeiro poema do cotidiano, cujo cerne é o ser humano em sua eterna busca por um interlocutor. Porém, o que está em jogo aqui não é apenas o encontro com o outro, mas todas as implicações decorrentes desse processo; em especial, a dificuldade inerente ao homem de criar e manter relacionamentos. Premiado em várias partes do mundo, o longa-metragem rendeu à cineasta a Câmera de Ouro no Festival de Cannes de 2005, além do reconhecimento anterior no Festival de Sundance.

"Eu, Você e Todos Nós" poderia ser facilmente catalogado como mais uma produção do cinema independente norte-americano que usa (e abusa) de velhas fórmulas em sua narrativa, entre elas o cruzamento de várias histórias, o uso de metáforas visuais, falas inteligentes e o apelo às referências contemporâneas, como a comunicação via internet (somada à precoce educação digital). Entretanto, Miranda transpõe a barreira do óbvio e direciona sua câmera com interesse para cada fragmento de vida, fator que torna ilegítima qualquer tentativa de rotular o filme.

Todos os personagens são retratados de maneira positiva, propositalmente sem apresentar muita densidade dramática; apenas esboços de pessoas simples que convivem com seus conflitos interiores. Uma escolha arriscada por sua superficialidade, mas que, no final das contas, dá certo no conjunto da obra.

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