7 de out. de 2009

A Erva do Rato

A Erva do Rato, Brasil, 2008


– Que é? perguntou-lhe.
– O rato! O rato! exclamou a moça sufocada e afastando-se.

Tangaracá, erva do rato, planta frutífera dotada de singular faculdade destrutiva e mortal, tanto para homens quanto para ratos.

O diretor Júlio Bressane defende o cinema independente brasileiro com unhas e dentes. Mas, apesar da carreira prolífera, optou por fazer filmes para um público extremamente restrito. "A Erva do Rato", um drama hermético, que provoca a repulsa na plateia com ratos e ossadas humanas baseia-se em dois contos de Machado de Assis: "A Causa Secreta" e "Um Esqueleto".

Os personagens são chamados apenas Ele (Selton Mello) e Ela (Alessandra Negrini). Os dois se encontram num cemitério, onde ela passa mal e desmaia. Logo mais, estão morando juntos. A relação que se estabelece entre eles é estranha. Ela copia os textos que Ele dita, em cadernos que vão se empilhando pelos cantos. Do ditado passam às fotos eróticas. Um rato aparece na casa, roendo as imagens e levando Ele à loucura. Mas o bicho conta com a cumplicidade da mulher.

Uma comédia aguda, daquelas que provocam um riso que não faz o espectador se sentir bem. Pelo contrário.

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