Relendo o mito das três graças: a beleza, o prazer e o amor.
Vencedor de melhor filme (Júlio Bressane), fotografia (Walter Carvalho) e trilha sonora (Guilherme Vaz) no Festival de Cinema de Brasília.
Relendo o mito das três graças: a beleza, o prazer e o amor.
Vencedor de melhor filme (Júlio Bressane), fotografia (Walter Carvalho) e trilha sonora (Guilherme Vaz) no Festival de Cinema de Brasília.
Serras da Desordem, Brasil, 2006
Existem duas formas de se contar uma história: as lidas e as sentidas. Uma cultura não lê a outra senão com os olhos do preconceito, para tanto o que Andrea Tonacci faz em "Serras da Desordem" é colocar as emoções em sintonia, um ponto de interseção entre duas culturas, que permite passar de uma a outra, sendo ambas irredutíveis.
O fato inicial é de uma trágica banalidade no Brasil - o massacre de uma tribo indígena por brancos que cobiçam suas terras e o que elas contêm. Quem escapa da matança é o índio Carapiru, que se torna nômade e perambula pela mata do Brasil central, até ser encontrado, 10 anos mais tarde, vivendo com brancos que não falam a sua língua, a 2 mil quilômetros de onde sua família foi dizimada. Uma experiência de estranhamento radical.
A mistura entre o registro documental e ficcional, a utilização dos próprios personagens na reencenação de sua história e as seqüências de montagem e sobreposições de imagens colaboram para uma experiência de imersão nesse registro audiovisual.
Exibido na Mostra Internacional de Cinema (2006), o filme, que reconstitui os fatos e circula por tempos históricos diversos, foi premiado em diversos festivais desde 2006, lançado em 2008 com duas cópias e virou objeto do primeiro livro da Coleção Odeon, uma parceria da Azougue Editorial e Safo Produções Literárias.
Em meados da década de 40, Dr. Kinsey - um zoólogo e professor centrado na vida dos insetos, motivado por uma adolescência recalcada, descobre seu profundo interesse pelas práticas sexuais do ser humano, acabando por fazer disso o móbil da sua vida pessoal e profissional. E é num contexto de escandalosa repressão que se desenrola a história de um homem encarado como um quase-herói (e igualmente anti-herói).
A polêmica dos estudos de Kinsey cercam ainda a sua metodologia, que em alguns casos envolviam práticas sexuais dos pesquisadores com participantes. Apesar disso, nunca houve um estudo sobre a sexualidade humana que envolvesse tantas pessoas, sendo considerado como um dos maiores estudos mundiais do comportamento sexual humano.
O filme traz Leam Neeson no papel do cientista - um homem sensível e perturbado, mas também afetuoso, cômico, obstinado e lutador, que nunca desiste da sua causa mesmo quando os apoios aos seus projetos são escassos ou inexistentes. A caracterização física do ator está impecável, assim como a de Laura Linney (sua ex-aluna e esposa) que prova a sua versatilidade e impressiona pela profundidade que empresta à personagem.
Em "A Casa Amarela", o cineasta argelino Amor Hakkar capta a beleza de uma família simples que vive em uma aldeia montanhosa cuja felicidade é quebrada devido à morte inesperada de seu filho. Pilotando seu triciclo, o pai sai em busca do corpo do filho e com a ajuda da filha tentará de todas as formas tirar sua esposa da profunda tristeza em que mergulhou.
A atmosfera é caracterizada pela eclética musical que recria o músico argelino Faycal Salhi fazendo uso efetivo de Oud, um instrumento musical que é amplamente utilizado em composições árabes, além da impecável atuação do elenco que confere ainda mais sensibilidade ao filme.
"A Casa Amarela" é um filme com uma razão válida para ser visto, pois nos mostra como utilizar simples recursos emocionais para superar a perda de entes queridos.
Exibido na 31º Mostra Internacional de Cinema, vencedor do Prêmio Ecumênico no Festival de Locarmo e de mehor filme e trilha sonora na Mostra de Valência.
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